No mesmo dia em que o Benfica não conseguiu quebrar a «maldição alemã», de nunca ter vencido naquele país, Sócrates falou ao país. Em tom carregado, comprometido, ciente do inevitável. Mas também falso, premeditado, estudado. Sócrates não abdicou do teleponto para anunciar ao país que o cinto iria ficar ainda mais apertado. Sócrates não estudou a matéria toda, deixando para o Ministro das Finanças a resposta a algumas perguntas aparentemente simples. Sócrates manteve o seu «ar de enterro» o tempo necessário para passar a mensagem. E, depois de nos deixar o cinto bem apertado, voltou a desaparecer na bruma, onde se recolhe sempre que não tem boas notícias para nos dar.