20 de Junho de 2010 – As intermitências da morte

Saramago morreu. Um homem português, que alcançou o que, provavelmente, nenhum outro português alcançará tão cedo. Polémico. Ateu. Controverso. Agitador. À distância, e graças às «intermitências da morte», achamos provinciana a forma como o Governo português de então o «censurou». Hoje, e bem, criticamos. Tal como hoje ele nos prova que tinha razão. Cavaco Silva não se deixou intimidar por essas «intermitências», e não se esquivou das duras críticas de que seria tempo de «enterrar o machado de guerra». Mas, firme de convicções, manteve a sua postura, e não se fez representar no último adeus ao prémio Nobel, que recebeu do Governo, do Estado, do povo português as honras devidas. Mesmo sem o Presidente presente. O tempo dirá se foi provinciano ou se tinha razão, sendo mais provável a primeira hipótese. Mesmo que Cavaco queira passar a ideia que nem a morte o intimida. Embora saibamos que, inevitavelmente, ela também o espera. Talvez uma pequena intermitência tivesse sido preferível.

2 thoughts on “20 de Junho de 2010 – As intermitências da morte

  1. Em relação à Morte:
    É a última etapa do Ciclo Vital, Relógio da Vida
    Ou o que quiserem chamar-lhe…
    Estamos todos na lista!
    Quanto ao Provinciano,
    Cada um é como é, mas nunca como evidentemente…
    Tal como na filosofia – ciencia com a qual e sem a qual
    fica tudo…Tal e Qual!!! – Fui

  2. Ok, o Saramago ganhou um prémio Nobel, ou “Nóbél” como agora dizem (continuo a dizer que a minha professora primária me ensinou que as palavras portuguesas só têm uma sílaba tónica), mas ver um funeral com honras de estado e a bandeira portuguesa em cima do caixão do senhor que renunciou o seu próprio País… e que dizia tão mal do seu próprio País… sinceramente não gostei.

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