O que vai aparecendo nas notícias, em grande destaque, é que a previsão da OCDE quanto ao crescimento da economia portuguesa é animadora. Os políticos (mais os governantes) congratulam-se, e demonstram que estão no caminho certo. A seguir, surge mais uma das incontáveis notícias sobre mortes, suicídios ou histórias macabras de um qualquer crime, e nós esquecemo-nos do resto, e mergulhamos no pântano da desgraça, que talvez até esteja a melhorar, de tão entulhados que estamos. E nem ouvimos o que, nas entrelinhas ou mesmo à «descarada», nos vão dizendo. Nem em 2025 (daqui a 15 anos) estaremos abaixo dos 3% de défice. Segundo a mesma OCDE (que foi tão optimista), teremos um crescimento médio de 1,6% (valor abaixo da média europeia) em 15 anos, e estaremos, em 2025, com 3,2% de défice. Nessa altura, deveremos estar com uma dívida externa de mais de 100% do que produzimos num ano, e o desemprego estará nos 6,9%, vindo de uma quebra de 1% em dez anos. Mas não é só isso que a OCDE nos diz. Diz-nos também que somos o maior défice do mundo desenvolvido, e que nos preparamos para suplantar a Islândia e a Grécia nesse domínio, com valores superiores a 10% do PIB. São estas as «boas notícias».