30 de Março de 2010 – Sermos (des)necessários

Às vezes temos uma necessidade tão grande de nos mostrarmos necessários, que acabamos por nos tornar (isso sim) absolutamente dispensáveis. Sempre que tentamos trabalhar organizadamente, tendemos a criar procedimentos sem sentido, demasiado formais, morosos, que não servem para mais nada a não ser para nos fazermos notar, para nos tornarmos (des)necessários. O português, como verdadeiro académico, tem esta mania de formalizar tudo, de pôr tudo no papel, de tirar cópia em triplicado e arquivar. E continuamos, eternamente, a fazer isso. Mesmo com a informática, mesmo com todas as formas de trabalho que nos permitem simplificar as coisas, continuamos arcaicos. Antiquados. (Des)necessários.

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