Cada vez mais me parece que sofremos de um mal endémico. Por muito que trabalhemos, produzimos sempre pouco. Ao olhar mais ou menos distraído, ou descomprometido, a resposta é simples. Trabalhamos muito e mal, por isso produzimos pouco. Mas há uma explicação importante a dar, para além dessa, também possível. É que a nossa «elite» é francamente má. Tão má, que não sabe o que pretende. Por isso, por muito que trabalhemos, mesmo que bem, vamos sempre trabalhar insuficientemente, e produzir pouco ou mal. A solução, pelo menos aparentemente, é termos uma «elite» esclarecida e pró-activa. A partir dessa altura, talvez a dicotomia entre trabalho e produção comece a fazer mais sentido.
Um professor que muito me marcou e que dá pelo nome de Daniel Bessa, dizia repetidamente nas aulas:
“Quem trabalha muito não tem tempo para ganhar dinheiro”
Queria ele dizer que os empresários ou os líderes não devem trabalhar de sol a sol como muitos se gabam de fazer. Devem orientar o sol para que ele incida sobre o seu negócio, ou seja, fazê-lo visível. Deve iluminar o caminho de quem trabalha no seu negócio para que sejam mais produtivos e sobretudo para que trabalhem todos no mesmo sentido, com o mesmo propósito. E deve também ele, empresário, líder ou político, fazer com que quem trabalha receba o seu quinhão de calor e de luz desse sol.
Estamos numa era em que todos acreditam que não é a trabalhar que se ganha dinheiro. Até pode ter alguma verdade, mas se ninguém trabalhar, qual será o valor do dinheiro?