Creio que descobri a razão pela qual somos tão fracos. Mesquinhos. Pequenos. Provincianos. A prova disso tem sido a forma como os que nos representam aos mais altos níveis se têm comportado nas audições parlamentares sobre a liberdade de imprensa. Falam uns dos outros como as vizinhas se incriminam mutuamente, coscuvilhando sobre um «diz que disse» que pouco nos interessa. Agem como «baratas tontas», correndo para um lado e para o outro, falando alto para se ouvirem a si próprios. Sem conteúdo. Sem personalidade. Sem objectivos. É este, no fundo, o retrato do nosso país. Um pequeno «Pátio das Cantigas», onde a vida se resume a sabermos da vida uns dos outros, onde vamos à varanda falar alto para que todos nos ouçam, mesmo que o que tenhamos a dizer não interesse nada. Somos tão fracos porque, apesar de grandes, no fundo, somos imensamente pequeninos.