2 de Dezembro de 2009 – Arouca, do tamanho do vale

aroucaArouca continua a ser o mais perfeito lugar para se viver, mas continua também a deixar os nossos sonhos esbarrarem contra as montanhas que limitam o vale. Há outros lugares, de pobreza, de falta de esperança, de dificuldades de toda a ordem, mas onde o horizonte está mais além do que essas outras montanhas que limitam. Dizia Fernando Pessoa, através de um dos seus heterónimos, que somos do tamanho do que vemos e não do que somos. Só que, neste caso, o que vemos continua a ser curto. Continua a terminar no horizonte próximo das montanhas da Mó, do Gamarão e da Freita. Sim, somos do tamanho do que vemos. Do tamanho de um horizonte que não conseguimos transpor nem com a visão. É destas contradições que somos feitos.

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