Hoje é o dia em que se evocam todos os santos da Igreja. O Santo causa no «comum dos mortais» uma sensação de inatingível, uma ideia de modelo, de perfeição, de devoção total e de abnegação, quase abandono de si mesmo. Parece até que, às vezes, não é de humanos que falamos. Ora, sucede que não é bem assim. O Santo é, antes de mais, humano, e não poderia haver melhor prova de isso do que Madre Teresa de Calcutá. «Vem, sê a minha luz», o livro em que é divulgada alguma da sua correspondência, prova que foi precisamente na dúvida, na escuridão, na solidão, e, ao mesmo tempo, na miséria quotidiana que vivia e combatia diariamente que Deus sempre esteve. Mesmo quando ela pensava que era precisamente aí que ele não estava. Mais do que os santos de madeira ou mármore, famosos ou desconhecidos, fica o exemplo de humanidade de uma santa, que, na sua dúvida, na sua incerteza, no seu caminho perfeito, feito de imperfeição, nos deixou o exemplo de santidade «de carne e osso».