O dia de hoje é dedicado a interpretação de «Otello», uma das obras-primas da ópera «verdiana». O seu estilo é bem reconhecível, com recurso aos metais intensos e a belos coros, bem como algumas passagens dialogadas com um ritmo muito próprio. Ao som da Orquestra do Norte, o público de Portimão volta a ouvir ópera, num festival que nos tem demonstrado uma dinâmica muito interessante. É bom estar por aqui, a fazer esta música. Fica um «cheirinho», com a ária do «Ave Maria», da personagem Desdémona.
«Otello» foi escrita por Giuseppe Verdi em 1887, com libreto de Arrigo Boito. Baseada na obra homónima do dramaturgo inglês William Shakespeare, tem como cenário a ilha de Chipre, nos finais do século XV. Uma das últimas óperas de Verdi conta a história de Otello, general mouro ao serviço da República de Veneza. Iago, seu segundo tenente, odiava-o, e não perdoava o facto de não o ter promovido a um cargo que acreditava ser seu por direito. Tamanha era a inveja, que urdiu um plano desmedido para destruir Otello. Através de uma série de intrigas, Iago levou o mouro a acreditar que Desdémona, sua mulher, o traía com o seu melhor amigo. Louco de dor e ciúmes, Otello mata-a, morrendo depois a seus pés, suspirando por um beijo seu.
Verdi, Otello Act IV- 18 Ave Maria, piena di grazia (Desdemona)