27 de Junho de 2009 – Um sentido adeus, ainda que à distância

mafaldinhaNunca privámos. Raramente falámos. Mas sabíamos, ambos, que nos unia uma mútua e sentida admiração. A «Mafaldinha», figura frágil e discreta, mas de uma força e de uma acção em favor do próximo quase ilimitadas, deixou-nos, aos 86 anos. Deixou-nos, deixando o seu exemplo, a sua acção em favor de muitos. Discretamente, sem alarido, mas agindo. Educando. Abdicando de si mesma, em favor do próximo. Proporcionando educação, alimentação, casa, mas sobretudo uma família a muitas crianças que, de outra forma, dificilmente a teriam. Por tudo isso, pelo que ela significou e significa, apesar de a uma certa distância, fica um sentido adeus, na certeza de que o seu exemplo, a sua memória permanecerá por muitos e bons anos. Até que nos reencontremos, para que continue a ensinar-nos a aniquilarmo-nos a nós mesmos, em favor dos que mais necessitem. Sem grande alarido, mas com acção efectiva.

«Quando o Filho do Homem vier na sua glória, acompanhado por todos os seus anjos, há-de sentar-se no seu trono de glória. Perante Ele, vão reunir-se todos os povos e Ele separará as pessoas umas das outras, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. À sua direita porá as ovelhas e à sua esquerda, os cabritos.
O Rei dirá, então, aos da sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me, estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ter comigo.’
Então, os justos vão responder-lhe: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos peregrino e te recolhemos, ou nu e te vestimos? E quando te vimos doente ou na prisão, e fomos visitar-te?’ E o Rei vai dizer-lhes, em resposta: ‘Em verdade vos digo: Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes.’
Em seguida dirá aos da esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, que está preparado para o diabo e para os seus anjos! Porque tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber, era peregrino e não me recolhestes, estava nu e não me vestistes, doente e na prisão e não fostes visitar-me.’ Por sua vez, eles perguntarão: ‘Quando foi que te vimos com fome, ou com sede, ou peregrino, ou nu, ou doente, ou na prisão, e não te socorremos?’ Ele responderá, então: ‘Em verdade vos digo: Sempre que deixastes de fazer isto a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer.’
Estes irão para o suplício eterno, e os justos, para a vida eterna»
(Mt 25: 31-46)

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