Não é todos os dias que podemos assistir à comemoração dos 50 anos de carreira de alguém, ainda mais quando é músico e, ainda mais, quando se está num patamar invejável de qualidade. Assim foi com o Maestro Álvaro Cassuto. Neste momento, deverá ser o maestro português com maior projecção internacional, para além de ter o mérito de ter gravado a integral das sinfonias de Freitas Branco e Joly Braga Santos, entre imensas outras obras de compositores portugueses. Só por isso, já seria mais que merecida a condecoração que o Presidente da República lhe concedeu. Do programa, faziam parte as mesmas obras que Joly Braga Santos dirigiu há 50 anos, em que foi apresentada, pela primeira vez, uma obra de Álvaro Cassuto: a «Sinfonia Breve», que abriu o concerto. Seguiu-se a «Rhapsody in Blue», de George Gershwin, a «Suite Alentejana n.º2», de Luís de Freitas Branco e, para finalizar, o «Bolero», de Maurice Ravel. Participaram neste concerto o pianista António Rosado e a Orquestra do Norte, que se revelou a muito bom nível. Aliás, o Maestro Álvaro Cassuto, para além de comemorar os seus 50 anos de carreira, provou que a Orquestra do Norte tem potencial para se afirmar no panorama musical português, assim se queira.