«Estou preocupado, o que está a puxar o PSD para baixo é a imagem da líder e não vale a pena negar a evidência».
O Professor Marcelo preocupou-se, reflectiu e chegou à conclusão de que o PSD está perto de «um ponto sem retorno», em que «deixa de concorrer para ganhar e passa a concorrer como o PP, o PCP e o BE, para tirar a maioria ao PS e perder por poucos». A culpa não é, segundo o Professor, de Manuela Ferreira Leite, mas da sua imagem, (mal) moldada pelos seus conselheiros, que se tem vindo a degradar «brutalmente».
O Professor Marcelo acertou em cheio no diagnóstico. «Isto» não é o PSD, e isso está a evidenciar-se praticamente a todos os níveis. Eventualmente, o principal problema do PSD é o facto de os seus militantes (todos, qualquer um deles) pensarem que podem ser «o» PSD, mais do que «do» PSD. «Isto» de um certo pedantismo diletante dos tais «conselheiros», não é o PSD. O PSD é o partido que sempre se preocupou com o crescimento de Portugal, que não hesitou em colocar-se ao serviço dos portugueses, construindo Portugal ao lado de quem trabalhava no terreno para isso, que arregaçou as mangas e mobilizou os que queriam ajudar nessa construção. O PSD é, e deve ser, o partido que serve, e não o que se serve. É, e deve ser, o partido que luta por um Portugal mais justo e melhor.
O que me preocupa, não é tanto o diagnóstico do Professor Marcelo. Até aí, ele foi correcto. O que me preocupa é o facto de um militante com as responsabilidades do Professor Marcelo se limitar a fazer o diagnóstico, quando o mais interessante e importante seria sugerir soluções.
É com muita pena minha que assisto a esta decadência do PSD.
Em democracia, respeita-se a maioria de quem vota. Os militantes escolheram, bem ou mal, a Drª M. Ferreira Leite, para um cargo que a própria disse que assumiria “com sacrífício pessoal”.
É uma liderança, no meu ponto de vista e como disse Luis Filipe Menezes, com um discurso “triste, sombrio, sincopado, esterilmente agressivo e incoerente”.
Esta era uma altura excelente para um PSD forte poder aspirar a governar o país. Para combater um “animal político” só outro “animal político”. E aqui eu apostaria em Pedro Santana Lopes (PSL). É discutível, admito que sim, mas era o homem que, a perfilar-se para o cargo, o poderia desempenhar ao nível do que este PM exige. O PM já o conhece, e parece-me, que PSL lhe provoca algum incómodo quando está em cena.
Só um aparte: eu aprecio as análises e opiniões do Prof. Marcelo. Mas sendo ele uma pessoa com alguma influência no PSD, não seria mais útil fazer estas análises e sugestões dentro do partido?
E já agora, uma vez que é uma pessoa respeitada no PSD, porque não discute a liderança e presta assim um verdadeiro serviço útil ao PSD e ao país?