20 de Janeiro de 2009 – The world question center

edgeO jornal «Público» (mais concretamente o P2) publicou recentemente um texto interessantíssimo sobre a «Edge», um grupo mais ou menos informal de cientistas, pensadores, filósofos, artistas, intelectuais. Este grupo, basicamente, dedica-se a pensar e a discutir questões que possam contribuir para um maior esclarecimento da sociedade. Fazem parte da «Edge» algumas das mais brilhantes mentes nos vários domínios, que até ao final do ano 2008 lançaram diversos conttributos para a discussão em torno de uma questão central: «What will change everything? What game-changing scientific ideas and developments do you expect to live to see?» Algo do género: «O que é que mudaria tudo? Que ideias e desenvolvimentos da ciência espera viver para ver?»

A questão despertou o interesse dos meios de comunicação social um pouco por todo o mundo, desde o «Público» ao «El Mundo», «The Guardian», «Newsweek», «Der Spiegel», «Wall Street Journal», «Los Angeles Times», «The Newyork Times», para não falar na imensidão da «blogosfera».

O «lançamento» da questão (que pode ler aqui) foi enquadrado por John Brockman, editor e agente literário de Nova Iorque. Segundo Brockman, a Ciência vem atingindo um desenvolvimento de tal ordem, com novas formas de pensar e novas ferramentas, que estamos não só perto de reinventar a própria vida como também de nos reinventarmos a nós mesmos, criando a vida. E isto é mais poderoso que a democracia, porque ninguém votou para o surgimento da imprensa de Gutenberg, nem para a electricidade, a rádio, a televisão, o automóvel, o avião, a pílula, o antibiótico, a penicilina, as viagens espaciais, a energia nuclear, os computadores, a internet, o telemóvel, a clonagem… «E os nossos políticos, os nossos governos? Sempre anos atrasados, o máximo que conseguem fazer é jogar à apanhada connosco» acrescenta o editor.

Diz o «Público», traduzindo também parte do texto de Brockman, que «Craig Venter, pioneiro da genómica, está à beira de criar a primeira forma de vida artificial e já anunciou que tinha conseguido transplantar a informação contida num genoma para dentro de outro. Por outras palavras, o nosso cão transforma-se no nosso gato. (…) Se isto acontecer, vai mudar tudo». A questão central surge imediatamente a seguir, e as respostas vão desde argumentações em torno do «fim da morte» até às consequências de um muito provável ataque nuclear, passando pelo advento da telepatia, etc., etc., etc.

Despertaram-me a curiosidade cinco intervenções: William Calvin, sobre as alterações climáticas; Michael Shermer, sobre energia e economia; Haim Harari, sobre como a tecnologia vai mudar a educação; Gino Segrè, sobre a existência de dimensões de espaço/tempo adicionais; Ed Regis, sobre o fabrico molecular; e Max Tegmark, sobre as consequências de uma guerra nuclear acidental. Tomei a liberdade de os compilar em PDF, aqui. O resto, está em www.edge.org. Divirta-se.

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