Desta janela posso ver tudo o que eu quiser. Desde as montanhas que me fizeram nascer, até à estrada que há-de levar-me. Posso ver-te, também, tal como a nuvem que acaricia, maternalmente, o pôr-do-sol. A nuvem que tu também vês, no teu horizonte. O pôr-do-sol… é no mar que acaba o dia. E foi no mar que tudo começou. Quando o seu cheiro se confundiu com o teu. Quando a areia que pisava se confundia com a relva do paraíso. Quando? (Quando?) Não havia tempo. Apenas a pressa e o desejo de agarrar-te. E a proximidade da partida. Para sempre… Talvez.
Fui resgatar este texto a uma espécie de arca, que é nada mais do que um monte de papéis com coisas que escrevi na adolescência. Este texto foi escrito a 10 de Julho de 1997. Talvez devesse ter vergonha dele, mas não me parece assim tão mal para um miúdo de 17 anos.