11 de Outubro de 2019 – Morte e transfiguração

O título é interessante. Porque, para uns, a morte é o fim. Para outros, a morte é o início de outra coisa. Richard Strauss decidiu musicar o processo de morte e transfiguração. Ou seja, não se trata de uma morte como fim, nem de uma morte como princípio. Trata-se de uma morte como processo de mudança, como uma espécie de fronteira, com porta para ambos os lados. E é curiosa a forma como a música acompanha este processo, esta ideia, esta visão da vida (ou dos seus últimos momentos), da morte e da transfiguração. Depois, a Missa de Schubert. Um texto musicado imensas vezes e de imensas formas, mas que parece soar sempre diferente, mesmo quando ouvimos as mesmas coisas, outra vez. Porque a missa, a Eucaristia, é suposto ser isso mesmo. Uma transfiguração. É bom, de vez em quando, sairmos do aquário. Como hoje, na Casa da Música. Ver, rever, ouvir e voltar a ouvir amigos, conhecidos, desconhecidos. Mas, essencialmente, aproveitar a música para, com ela, colocar um pouco as coisas em perspectiva.

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