30 de Agosto de 2019 – Ouvir, de olhos fechados

John Dowland viveu entre 1563 e 1626. Tocou alaúde e cantou, com a frequência possível, as suas próprias canções. Não terá sido particularmente querido pela corte da sua Inglaterra. Colocou muitos dos seus dilemas na sua música. Hoje, a música de Dowland invade o silêncio, até não ficar mais nada senão o silêncio, de novo, no final de cada uma das canções cantadas por Sting e acompanhadas ao alaúde por Edin Karamazov. Como se entrássemos nesse labirinto de emoções que é a música, quando lhe abrimos a porta. Quando entramos nesse labirinto, onde nos perdemos, onde avançamos e recuamos, até chegarmos ao centro. E encontramos a rosa. E percebemos que, para sentirmos o aroma da rosa, precisamos de percorrer o labirinto. Ouvindo, pelo caminho, de olhos fechados, as palavras ecoarem. Pedindo-nos que regressemos.

‘Come again’ (John Dowland) – Sting, Edin Kararamazov: ‘Songs from the Labyrinth’ (Ed. Deutsche Grammophon)

Come again, sweet love doth now invite
Thy graces that refrain to do me due delight
To see, to hear, to touch, to kiss, to die
With thee again in sweetest sympathy
To see, to hear, to touch, to kiss, to die
With thee again in sweetest sympathy.

Come again, that I may cease to mourn
Through thy unkind disdain for now left and forlorn
I sit, I sigh, I weep, I faint, I die
In deadly pain and endless misery

All the day the sun that lends me shine
By frowns do cause me pine and feeds me with delay
Her smiles, my springs that makes my joys to grow
Her frowns, the winters of my woe

All the night
My sleeps are full of dreams
My eyes are full of streams
My heart takes no delight

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