O tempo passou, e parece que reduziu as coisas a metade. Cuyff era o 14, e Ronaldo, por exemplo, é «apenas» 7. Beckenbauer era conhecido como «o filósofo», mas no que diz respeito às coisas da bola, o pensamento de Cruyff, e a forma como se impôs, supera qualquer filosofia. A cerca de um mês de completar 69 anos, o motor da «Laranja Mecânica» não conseguiu marcar golo contra o cancro. Mas isso não nos impede de verificarmos que foi precisamente essa engrenagem que mudou o futebol, de forma decisiva. Basta vermos a estética a que a Selecção Holandesa nos habituou, ou, de forma ainda mais evidente, o «tiki-taka» do FC Barcelona (que Guardiola estendeu ao máximo). Como alguém dizia, por estes dias, o futebol joga-se com onze de cada lado. Cruyff somou o «3» da perfeição. Com ele, jogar-se-á, sempre, com catorze.