Senhor Ministro. Se um dia eu estiver a apodrecer por dentro. Se um dia a minha pele já não conseguir aguentar com as raízes de um qualquer tumor. Se um dia a doença for de tal forma possessiva que não reste mais nada do que uma cama qualquer. Se, porventura, um dia não tiver dinheiro para me curar. Se não conseguir pagar para viver. Se a minha saúde não puder ser transaccionada, nem que seja por um pano humedecido em água para limpar o que restar de mim. Se um dia eu precisar de um mínimo que seja de uma saúde que não é para todos. Se um dia, Senhor Ministro, peço-lhe. Deixe-me morrer.