Porque é que, a cada ano novo, temos de querer, obrigatoriamente, uma vida nova? Apetece-me a vida velha. Sem as camadas de complicação que vão assentando, umas em cima das outras. Sem o tempo cada vez mais curto. Sem as preocupações laterais de todos os dias. Apetece-me a vida velha, sincera, simples, sonhadora, aberta a todas as possibilidades, feita de todos os impossíveis. Apetece-me a vida velha de voltar aqui. Dos livros. Da música, muita. Da surpresa com o mais simples que possa aparecer. A vida velha, boa, feita de coisas boas. Não quero essa vida nova, de mais camadas de complicação, de menos tempo, de mais preocupações quotidianas. Ano Novo, sim. Mas vida velha, por favor…