Falar mal dos políticos e do Estado, por muito que não queiramos, é falar mal de nós mesmos. O que é facto, é que temos políticos medíocres, e, consequentemente, uma gestão ruinosa do Estado. Porque, em geral, somos um povo que é demasiado permeável ao facilitismo, ao “amiguismo”, ao favor, ao jogar ao lado das regras, ao trabalhar “em cima do joelho”. E isso reflecte-se no dia-a-dia de quem nos governa. São como nós, mas ampliados à escala respectiva. É por essas e por outras que o facto de hastearem a bandeira ao contrário, no dia da República, foi imediatamente interpretado como um sinal dos tempos que vivemos. Não é mais do que isso, de facto. Um reflexo do que somos. Quem hasteia a bandeira, diariamente, ao contrário, somos nós mesmos. O tal povo que “não se governa, nem deixa governar”, o tal país “à beira mar plantado”. (Quase) sem rei nem roque.