Os números deveriam ser notícia na exacta proporção de pontos de interrogação que deveriam trazer consigo. Segundo a agência «Lusa», o Estado pagou, em 2011, pensões de alimentos a cerca de 15 mil crianças e jovens, em vez dos pais que, alegadamente por dificuldades económicas, não cumpriram a sua obrigação, ordenada pelo tribunal. Estamos a falar de 14.740 pensões de alimentos pagas, no valor de 25.414.739,76 euros. E, segundo os últimos números, só em Janeiro deste ano já foram pagos cerca de 2 milhões de euros, tendo dado entrada 300 novos processos. As interrogações vêm em dois sentidos. Um, o de percebermos como é que é possível «deixar-se ao abandono» tantas crianças e jovens. Outra, e porque também as autarquias têm expediente, em relação às pessoas com carências, sobre se a motivação destes apoios é meramente social, cumprindo uma função que deve, de facto, ser do Estado, ou se há uma pontinha de motivação política, à espera de mais alguns votos em próximas eleições.