10 de Dezembro de 2011 – Hic sunt dracones

http://www.youtube.com/watch?v=z17OEqbrOOQ

«Hic sunt dracones» era uma expressão que surgia, frequentemente, na cartografia, para indicar a presença de monstros marinhos, ou de um mar revolto. Em suma, de um lugar onde não se deveria passar, sob pena de não se regressar. No caso, Roland Joffé, realizador de «Missão», escolheu a frase para título de um filme sobre José Maria Escrivá, fundador da «Opus Dei». O filme, baseado em factos verídicos, retrata o drama da Guerra Civil Espanhola, em especial para os clérigos, para não falar do povo espanhol em geral, que, ficamos com a sensação, nunca sabia muito bem de que lado deveria estar. Porque, percebemos, há sempre um lugar dentro de nós onde também existem dragões. Contudo, como acontece com os grãos de cacau, algo de aparentemente inútil pode ganhar um sabor divinal. A paciência, a habilidade, o trabalho duro e o amor libertam os sabores divinos que se escondem no grão de cacau. Há que apurar o paladar, e deixar a paciência, a habilidade, o trabalho duro e o amor trabalharem. Tocar ao de leve outra mão. Libertar sorrisos cativos. Porque não existem só dragões. Há todo um mundo de grãos de cacau, que podem, facilmente, tornar-se doces.

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