1 de Dezembro de 2011 – Se hoje não fosse feriado

É curioso pensarmos que se hoje não fosse feriado, muita coisa teria sido diferente na nossa história, e seríamos e estaríamos, consequentemente, diferentes. Se hoje não fosse feriado, não poderíamos dizer que «de Espanha, nem bom vento, nem bom casamento». Não poderíamos chamar, a brincar, «Espanha» a Vale de Cambra. Não teríamos um (des)acordo ortográfico que acaba com a nossa língua. Porque seríamos, tudo indica, Espanha. Falaríamos castelhano. Provavelmente teríamos delirado com as vitórias da selecção. Diríamos aqueles «ésses» todos esquisitos, e falaríamos com musiquinha. Hoje não trabalhamos, porque comemoramos a restauração da independência. O facto de um grupo de portugueses ter querido reafirmar o seu estatuto de país, com identidade e história próprios. Deixámos de ter um rei espanhol, e passámos a ser governados pela Casa de Bragança. Isto foi em 1640, mas talvez não seja muito descabido voltarmos a «tocar a reunir». Porque há dois tipos, no centro da Europa, que estão a mandar em nós. E nós não os elegemos. «So much for democracy».

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