Chego com a ideia, talvez colhida no «Memorial do Convento», de que Mafra foi ali plantada, como o palácio, num local onde ninguém imaginaria, e que só muita força humana, sobre-humana e sub-humana, tornaram possível. Leio, algures, que não, mas isso também não importa. Como imaginava, é o palácio, esse mesmo, o do «Memorial», que domina sobre toda a urbe. É já tarde, as ruas quase desertas, e a vontade de permanecer fora de portas é quase nula. Registo a pouca iluminação na zona fronteira ao monumento, e as obras de beneficiação aparentemente interrompidas, mas nada retira o brilho àquele edifício. Sei de antemão que vou ter de o conhecer apenas por fora, mas não faz mal. Será o pretexto ideal para regressar.
E que pretexto..
Já percorri aqueles corredores, salas e salões e quartos e é realmente fantástico..
Devo realçar o cuidado com que tudo está preservado, e documentado.
Fiquei encatada com a enfermaria e a biblioteca..=) de cortar a respiração..
Ao percorrer aqueles corredores não pude deixar de pensar como podemos ter escolhido o Castelo de Guimarães ou a Torre de Bélém (sem desprestígeo para a beleza destes monumentos e o seu valor histórico) como vencedores das sete maravilhas de Portugal (monumentos) e ter deixado de parte tão magnífica obra.
Sem dúvida vale a pena o regresso..
Sandra