20 de Abril de 2011 – Boa música, bons músicos, boa crítica

O Festival de Páscoa de Salzburgo é um dos espaços culturais de elite mundial. Normalmente, é à Orquestra Filarmónica de Berlim, tida por muitos como a mais completa formação sinfónica do mundo, que cabe a programação deste Festival. Sir Simon Rattle é o maestro da formação, a quem cabe a direcção de dois dos três concertos da Filarmónica, cabendo o concerto remanescente a um maestro convidado. Este ano, a honra coube a Gustavo Dudamel, um autêntico meteoro musical, oriundo de «el sistema» venezuelano. A reportagem publicada pelo «El País» relata todos os pormenores, como por exemplo a raridade de algumas situações. À hora marcada (e sabemos como são as questões de pontualidade, no centro e norte da Europa), nem concertino nem maestro tinham entrado em palco, porque faltava o contra-fagote. O concerto começou atrasado 19 minutos. Nem mais, nem menos. Mas o meteoro Dudamel, na sua humildade e na leitura altamente e profissionalmente intensa, também do ponto de vista afectivo, conseguiu, como é hábito, que os músicos estivessem absolutamente perfeitos. Aplausos e «pateios», uma plateia ao rubro. Houve boa música, bons músicos, e, pelo que se lê no «El País», boa crítica, porque bem escrita. Coisa rara (sobretudo a crítica), quase nunca encontrada, em Portugal.

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