Uma das actividades que sempre me intrigou foi (e tem sido) a crítica musical. Em geral, pelo menos a que tenho lido depois dos concertos que vi, não tem sido demasiado injusta, mas, como sempre, e à bela maneira portuguesa, é quase sempre demasiado elaborada e, regra geral, demasiado implacável. No ar, paira sempre a interrogação sobre se o crítico conseguiria fazer melhor que o intérprete, ou se se limita a reproduzir o que foi lendo e comparando com o que foi ouvindo nas gravações de referência. Hoje, no jornal «Público», lê-se uma crítica que, na essência, talvez seja (pelo menos em boa parte) justa. À Orquestra Clássica de Espinho faltará um trabalho mais regular. Mas daí a dizer que o maestro precisa de ser melhor, talvez seja excessivo.