30 de Maio de 2010 – O património musical do Mosteiro de Arouca

À guarda da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda, no Mosteiro de Arouca, está um espólio musical a vários níveis notável. Há manuscritos religiosos de relevância, mas também antifonários (com música gregoriana, para ser executada a uma única voz) e até mesmo um caderno com polifonia (música para ser executada a várias vozes). E há, ainda, uma nota de polifonia que se crê ser a mais antiga conhecida até ao momento, de meados do século XIII. O Mosteiro de Arouca assume, também aqui, a sua imponência e importância. Não são só as paredes, nem só a arte tangível. É também este património «etéreo», que muitas vezes deve ter inundado estes espaços, que marca, que atesta a excelência deste espaço no contexto temporal em que se impôs. Cabe-nos a nós, também, sermos dignos dessa excelência.

One thought on “30 de Maio de 2010 – O património musical do Mosteiro de Arouca

  1. Diz muito bem: não é só a arte tangível. Deste todos falam e muitos tratam e ainda bem. Quem fala do património «etéreo»? Quem o estuda? Essa música podia voltar a ouvir-se no mosteiro de Arouca. Alguém pensa nisso? Além do mais o intangível dessa música de Arouca, que se podia reviver, é também património documental, por isso tangível, por isso perecível: alguém o defende como se defendem as pedras patrimoniais? No entanto há gente preparada para o fazer e há já em Portugal músicos aptos a fazerem o milagre espiritual de Arouca. Sim o documento de Arouca, que tem uma primeira notação polifónica conhecida em Portugal descoberta por Manuel Pedro Ferreira, é importante mas, ainda mais importante, é o papel do Mosteiro de Arouca na prática musical da Idade Média em Portugal. Um mundo ainda nebuloso, a descobrir.
    Fooi uma casualidade entrar neste blog: parabéns pelo alerta dado a uma «coisa« diferente.

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