5 de Março de 2010 – Ninguém falou sobre a entrevista de Medina Carreira

Ontem, Medina Carreira foi o convidado da «Grande Entrevista», de Judite de Sousa. Hoje, nem os jornais nem os restantes «media» falam muito sobre isso. Talvez porque é incómodo ouvir que não vivemos tempos difícieis, porque não é agradável verificarmos que os políticos que tivemos recentemente (e temos actualmente) são francamente fracos, porque não nos livramos da corrupção, porque pensamos com vistas curtas, porque, em última análise, estamos a falar (no entender de muitos) de um pessimista nato e sem crédito. Medina Carreira fala com desassombro e sem compromisso da situação actual, com as letras todas, com as palavras que têm de ser usadas. Não falarmos sobre isso, não promovermos a discussão sobre os seus pontos de vista, não querermos ouvir que a situação que vivemos não é fácil e as razões para tudo isto, é enterrarmos a cabeça na areia, fazendo de conta que tudo está bem, quando, sabemo-lo, isso não é, nem de perto nem de longe, verdade.

3 thoughts on “5 de Março de 2010 – Ninguém falou sobre a entrevista de Medina Carreira

  1. quando comecei a ouvir o MC a falar do estado da nação há uns tempos fiquei imediatamente fã dele mas passados alguns meses já não o posso ouvir e isto acontece-me com muito poucas pessoas. Pode ter um passado e um currículo generoso mas já não há cú para o ouvir criticar tudo e sempre da mesma forma e não o ver dar uma ideia sequer (dizem que no livro dele há ideias…n li o livro…e tb n vi a grande entrevista). Pelo menos o Marinho Pinto, que às vezes até pode exagerar, ainda faz propostas concretas!

  2. Caro Ivo,

    Eu acho que se deve mais ao facto de Medina Carreira ser monocórdico há mais de 20 anos. Aliás, se pegares em enrtevistas/intervenções públicas dele de há 10/15 anos vais verificar que nenhum dos seus vaticínios se verificou.
    Os portugueses sabem que a situação é difícil, mas também sabem que nunca nenhum profeta da desgraça ajudou a resolver o que quer que fosse

  3. Por outro lado, sempre gostei do gajo,pá…
    Ele não gosta de “malhar”…
    Ele gosta é de Zurzir,
    Talvez um dos últimos termos do diccionário da língua de Camões…
    E que me dá um gozo do caraças…lá isso dá.

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