Numa altura em que a chama de Barack Obama parece não estar tão vigorosa, curioso ou não, redescubro o homem (ou o que se faz dele), através do livro «A minha herança». Fruto de uma oferta generosa e muito simbólica, primeiro estranhei mas, confesso, começo quase a entranhar. O conflito interior de um negro, na América das oportunidades, quando a afirmação dos negros era tudo menos pacífica. As dificuldades de expressar um sentimento de revolta e inadaptação. Os erros e os acertos de um homem que, no fundo, apesar da cor, dos defeitos e maus caminhos, apesar de ser o homem mais importante do mundo, apesar do Nobel da Paz, apesar de tudo, no fim de contas, um homem como outro qualquer, com um percurso como outro qualquer. Mas que é interessante acompanhar, redescobrir.