11 de Fevereiro de 2010 – A entrevista de Paulo Rangel ao «Público»

Paulo Rangel surge, hoje, em entrevista ao jornal «Público». A entrevista merece leitura atenta, mais sob o ponto de vista da substância do discurso do que da (eventual) concretização das ideias. A «ruptura», que surge, repetidamente, no discurso do (agora) candidato é, de facto, a maior necessidade que enfrentamos. Ruptura com o passado. Ruptura com o preconceito. Ruptura com esta forma «controleira» e arrogante de se fazer política por se fazer. E, sobretudo, ruptura de uma visão parva de se pensar o futuro ano a ano, ou de ciclo eleitoral em ciclo eleitoral, hipotecando, pouco a pouco, o futuro e o bem-estar dos vindouros. Ainda do ponto de vista do discurso, Paulo Rangel é verdadeiro quando aponta que a unidade é algo «de fachada», procurando ser mais amplo do que um simples pacificador das hostes ou interlocutor entre «barões» e «notáveis», com simples preocupação com as bases para o voto, e mais nada. E, a cereja no topo do bolo, alerta os portugueses para o facto de aquela senhora, que nos cartazes não ficava, de facto, muito bem, mas que se comprometeu a «falar verdade» aos portugueses, tinha, de facto, razão, apesar de todo o desastre que tem sido o PSD nos últimos tempos. Do ponto de vista do discurso, Paulo Rangel está onde um sério candidato à vitória tem de estar. Mas todos sabemos que vai uma grande diferença entre o discurso e a operacionalização. E quando a «máquina» é o PSD, as coisas não passam tão facilmente.

Três candidatos representam três visões (mais ou menos diferentes) do objecto. Nesta altura, o PSD precisa de um candidato que, verdadeiramente, represente um partido transversal, com grande implementação, e que possa devolver aos portugueses o Portugal pensado por Sá Carneiro. Não havendo um candidato único, que possa cumprir o desiderato de devolver-nos Portugal, continuamos a assistir à ascensão e queda de segundas escolhas. Talvez porque, internamente, o PSD é democrático demais, permitindo, muitas vezes, que «qualquer um» possa sonhar.

«Não pode uma sociedade pôr encargos tais sobre o futuro das suas gerações que elas fiquem sem nenhum espaço de liberdade e que tenham uma de duas soluções, serem escravas da dívida anterior ou emigrar. A grande ruptura que se tem de fazer nas políticas tem de ser voltar a dar outra vez a oportunidade a cada geração de gerir o seu destino».

«A grande tarefa do PSD não é a unidade, mas a clarificação do seu projecto. É saber se quer ser o partido de ruptura pela terceira vez. A unidade não deve ser a nível ideológico. Unidade é não fazer distinções entre aparelho e elites, bases e barões, os regionalistas e os dos continente. Unidade é o respeito pela idiossincrasia de cada um».

«Isto é uma candidatura solitária. Não conversei com estruturas partidárias, não conversei com dirigentes do partido, muitos deles foram apanhados de surpresa. Informei a dr.ª Manuela de que ia avançar, como informei outras pessoas. Mas o apelo que mais senti era na rua».

«Foi um mandato [de Manuela Ferreira Leite] no qual tive muita honra e gosto em colaborar e credibilizou o partido. Manuela Ferreira Leite teve ainda a felicidade de ser presidente do partido quando o país já percebeu que ela teve razão na maioria das suas bandeiras. Três meses depois das legislativas, é evidente para todos que as suas principais preocupações eram aquelas que verdadeiramente podiam afligir o país. Significa que ela, ao contrário do Governo, estava em sintonia com a realidade».

(Paulo Rangel, Eurodeputado, em entrevista ao jornal «Público» de hoje)

4 thoughts on “11 de Fevereiro de 2010 – A entrevista de Paulo Rangel ao «Público»

  1. Ditosa Pátria que tais filhos tem…
    A Pátria honrai, que a Pátria vos contempla…
    Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades…
    ISSO ERA (quase) VERDADE HÀ QUINHENTOS ANOS A(n)TRÀZ!!!

  2. Ao Dr. Paulo Rangel político de vulto
    Nascido em Portugal sua nação
    O seu destino é a erudição
    Para ele vai a homenagem do meu culto.

    É um homem destemido
    Como candidato bastante temido
    Estrela que veio do norte
    É um astro. É o mais forte.

    É o pendão da vitória
    Que bem julgo ser meritória
    Alcançarás mui grande ventura
    Contra os candidatos da desventura.

    Tem sonhos de herói
    Força de uma vontade que tudo constrói
    Quer ficar na História
    Coberto de Honra e Glória.

    Nunca te esqueças: com inteligência e competência depressa chegas à presidência.
    Bem hajas,Paulo Rangel. Que Deus te guie. Um grande abraço.

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