À boa maneira portuguesa, e, de resto, como se esperava, não tardaram a aparecer exemplos de subversão da lei da paridade, pelo menos no que diz respeito às autarquias. Balanço feito, apesar da subversão, todos os partidos são unânimes ao reconhecer que a lei foi benéfica. Contudo, o que aconteceu em muitos casos foi que a inclusão de mulheres nas listas apenas cumpriu um formalismo, e agora, depois de empossadas, muitas delas acabaram por renunciar ao mandato, para que surgissem homens em sua substituição. Esta subversão da lei dá «pano para mangas» na reflexão. Sobre o condicionamento que pode ter havido sobre estas mulheres, que teriam o seu lugar por legítimo direito conferido pela Lei. Mas também sobre a sua cedência, ou anuência, ou conivência (o que lhe queiramos chamar) com esta situação.