Em 1966, François Truffaut transpôs para o cinema o livro «Fahrenheit 451», de Ray Bradbury, uma história em que todos os meios de conhecimento (isto é, os livros) são completamente eliminados, para que não reste qualquer opinião própria, qualquer rasto de cultura, qualquer memória futura. Os 451 graus Fahrenheit serão a temperatura a que os livros podem arder «como deve ser», dizia um professor de outros tempos. Agora, nós, por cá, estamos prestes a ter uma situação parecida. Segundo parece, a Imprensa Nacional Casa da Moeda poderá ter de destruir várias centenas de milhares (sublinhe-se: várias centenas de milhares) de livros, editados de há alguns anos a esta parte. Se os autores não os adquirirem ou não for encontrada uma forma de «escoar» este espólio, a destruição será o destino mais certo. Ao que tudo indica, estão a ser feitos esforços no sentido de encontrar instituições ou bibliotecas a quem se possa doar parte deste excedente, mas esta solução acaba por criar outro problema: os livros tinham (e têm) como objectivo a venda, pelo que a doação não pode constituir uma regra. Pela parte que me toca, estou disponível para receber alguns, se sobrarem…
Ora bem… Se aceitarem a tua inscrição na lista de possíveis interessados em receber livros… Inscreve-me a mim também!!!
Mas estou com uma dúvida… Estes senhores já ouviram falar em Feiras do Livro? Costumam dizer que se vendem livros a preço mais baixo e coisa e tal e, segundo os Media, as pessoas compram livros. Mas eu não sei… nunca fui a uma feira do livro… Ah, espera… fui, mas a últma a que fui só tinha livros para criança e a um preço que não me pareceu de feira…
Este fim-de-semana, no Porto, vai ser feita uma feira para vender livros a 1€… parece-me melhor que a destruição…
Antes dar do que estragar…
Tenho em casa bastante espaço vazio.