Uma das qualidades da Igreja Católica é, no meu entender, a sua diversidade. Embora, muitas vezes, a «opinião pública» não seja muito favorável à Cúpula, há sempre Pastores que conseguem surpreender pela positiva. Neste caso concreto, não parece que haja grande diversidade de pontos de vista. Alguns momentos antes do início das cerimónias religiosas em Fátima, o bispo D. António Marto deixou algumas palavras que servem quase como uma luva aos tempos actuais. A crise actual começa a gerar manifestações violentas, pelo que há que reflectir sobre que mudanças são necessárias, na economia, no meio empresarial, nas instituições. E o Estado, a Igreja e a Sociedade Civil têm de ter uma palavra a dizer e uma acção a desempenhar. Numa altura em que a crise quase nos esmaga, começa a ser difícil encontrar essa acção e essa palavra. Começa a ser difícil ter esperança. Por estes dias, pode ser que Fátima nos ajude a pensar sobre isto.
«Não podemos deixar que a crise económica se transforme numa explosão social violenta. Para evitar esse risco todos devem contribuir com a sua parte: o Estado, empresários, trabalhadores, sindicatos e sociedade civil»