De repente, parece que tudo desaguou naquele concerto. Quem ia à espera de encontrar aquilo que alguma imprensa previu, depressa se desenganou. Não se tratou de mais um «set» de reprodução do mais recente álbum («Ma Fleur»), mas antes uma viagem aleatória pelos vários trabalhos da banda britânica, tendo como fio condutor uma intensidade crescente. Ao ouvido desarmado, o som da «Cinematic Orchestra» pode soar a demasiado minimal ou repetitivo, mas uma escuta mais atenta destas texturas sonoras (sobretudo ao vivo) permite-nos ir um pouco mais além. Cada tema é uma espécie de paisagem sonora, uma imagem. Talvez por isso seja uma «orquestra cinemática».
A ligação desta banda ao Porto é quase afectiva. Pouco depois de lançarem o seu primeiro álbum («Motion», em 1999), a «Porto 2001» lança o desafio de inaugurarem a temporada da «Odisseia nas Imagens», com a banda sonora ao vivo de «Man with the Movie Camera», que redundou em novo sucesso. Desta vez, a principal «baixa» foi, de facto, Fontella Bass. Contudo, Heidi Vogel esteve à altura do desafio. Boa surpresa constituiu também Grey Reverend, com uma versão «semi-acústica» de «To Build a Home». Luke Flowers revelou-se um baterista versátil e completo, e, como não podia deixar de ser, Jason Swinscoe, com a sua programação e «batuta», soube conduzir a «orquestra» por um concerto em que não se deu conta do tempo passar. De resto, a toada seguiu um pouco a linha do último álbum, um registo ao vivo, gravado no Royal Albert Hall. Temas como «Flite», «Breathe» e «Child Song» não podiam faltar, bem como «All That You Give», provavelmente o tema mais agradavelmente «plano» deste punhado de composições. Valeu a pena.
Oi!
Estou a ver que estiveste nas tuas “quintas”!
Folgo saber que te divertiste, mas tenho pena que não te lembres de convidar quem gostaria de ter ido também. No caso, eu.
Fico à espera de outras oportunidades…
Fica bem.