O senhor da fotografia é o (ainda) Ministro da Educação de Portugal. Nos últimos tempos, não existiu, e ficou claro que a sua existência é, no mínimo, questionável. A Educação em Portugal foi bastante bem gerida, sem a intervenção messiânica do senhor da fotografia. Eis senão quando, o senhor da fotografia resolveu aparecer, para prestar umas belíssimas declarações à comunicação social. Para dizer que o ensino privado não tinha nada que ser diferente, e tinha, sim, de estar quietinho, como o ensino público, que o senhor da fotografia resolveu encerrar e mandar de férias. Por perfeita incompetência e incúria, ao não acautelar o necessário para, em tempo útil, proceder-se ao ensino a distância. Pois bem, senhor da fotografia. Esqueceu-se da evidência mais do que evidente de que o ensino privado é, de facto, diferente. Não só por ser pago por quem o frequenta, mas porque, em muitos casos, substitui, com uma qualidade superior, o ensino público, onde ele não chega. Pensemos no ensino artístico, e não precisamos de ir mais longe. Convém lembrar que o senhor da fotografia chegou a Ministro sem que o povo português o tivesse elegido para o cargo. O senhor da fotografia é o rosto dos que querem, a curto ou médio prazo, acabar com o ensino privado, crentes de que o público será universal, e chegará para os gastos. O senhor da fotografia não faz a mais pequena ideia de como funciona o ensino artístico. Nem o público, nem o privado. E a única desculpa que lhe podemos dar é a de que terá proferido estas declarações no intervalo do efeito de alguma substância inibidora da lucidez.