O arranque do ano não podia trazer piores surpresas. Carlos do Carmo deixou-nos, e, ao deixar-nos, deixou o legado de temperar as palavras com a quantidade certa de fado. Carlos do Carmo era, como Sting, um homem livre, no sentido em que não ficou nunca preso a qualquer estilo, nem tão pouco impôs o fado ao que foi fazendo. Uns, dizem que puxou o fado para o lado da canção. Outros, que é o Sinatra português. Talvez ambos tenham razão. Hoje, vi o documentário sobre Sting, e a sua forma completa de ser músico. Embora não pareça, uma coisa está ligada à outra. Sting junta literatura, jazz, música antiga, rock, reggae, música étnica, e muito mais do que imaginamos ou não imaginamos. Cria a sua própria linguagem. É, como diz o título do documentário, um homem livre. Que vale a pena conhecer, para além da música.