No final de mais um ano, e, ainda por cima, de um ano tão atípico, é lícito que se façam balanços de vários tipos. Ouvi hoje, na TSF, uma pergunta de um jornalista a uma comentadora que me despertou a atenção. Quem elegeria como personalidade do ano? Pois bem, pegando na resposta da comentadora, e pensando um bocadinho em como correram as coisas, fiquei a pensar no assunto, sem chegar a uma conclusão perfeita. Apetece-me eleger quatro personalidades do ano. Desde logo, os profissionais de saúde, pelas razões óbvias. Uma luta constantemente desigual, que foram vencendo, dia a dia, até à primeira pequena vitória da vacina. Também os jornalistas, que nos foram informando, a par e passo, do que foi acontecendo. Só uma informação feita por profissionais sérios pode ser considerada jornalismo, e, em geral, conseguimos tê-lo. Os professores, ainda que não se fale muito deles, não olharam para trás, quando se tratou de ‘dar o corpo às balas’, para que o ano lectivo decorresse dentro da normalidade possível, que o Governo insistiu em manter, desde o primeiro momento. E a gente da Cultura, que vai resistindo, com a resiliência possível, às dificuldades de levar a arte ao maior número de pessoas possível. Umas vezes com mais, outras com menos, mas sempre com razão, reivindicando uma ajuda (mais do que necessária) fundamental. Venha 2021, com as possibilidades (quase) infinitas de mudança.