Em 2011, Steven Soderbergh realizou um filme que parece ter-se tornado uma (quase) realidade, passado este tempo. Um vírus estranho começa a espalhar-se pela China, e, como em praticamente todas as doenças modernas, a globalização faz o resto. A vertiginosa deslocação de pessoas, o contacto despreocupado e casual que vão mantendo, a vida normal de todos os dias, tudo isso se encarrega de fazer com que o vírus, uma combinação genética que parece feita de acasos, se transforme em bomba, em gatilho do caos. Claro que a ficção costuma sempre ser radical, e facilmente encontra o extremo da coisa. Mas, neste caso, olhar para o extremo, sentir um bocadinho a vertigem do abismo, não é necessariamente mau. Para que tenhamos noção do que pode acontecer.