A Feira das Colheitas foi inventada pelo meu bisavô, António de Almeida Brandão, no contexto da II Guerra Mundial e do lastro de dificuldades que um conflito de dimensão mundial desencadeou. Este ano, a Feira fez 75 anos, e pudemos ver que acabou por ganhar uma dimensão completamente diferente da que presidiu à sua criação. Cresceu, mudou, distanciou-se um pouco da agricultura, e, queiramos admitir ou não, passou a olhar para o sector primário como uma criança olha para um aquário ou uma jaula de jardim zoológico. A agricultura, hoje, já não é a principal actividade do concelho, nem tão pouco a base da sua subsistência. Mas, enquanto marca identitária, permanece. Umas vezes melhor, outras pior lembrada. Ainda assim, e apesar de, este ano, não ter sido particular ‘festeiro’, não pude deixar de notar que, quando passam 75 anos da fundação da maior festa do concelho, toda a gente se esqueceu de quem a criou.
Está é estará sempre presente na memória coletiva, aquela que é necessário preservar e manter viva.
Faltou a homenagem na data redonda, embora considere que deve ser homenageado todos os anos.
Parabéns, Ivo por mais um texto para ler e guardar.