Os acontecimentos sucedem-se no Brasil quase como a pescada, que antes de ser já o era. Com a velocidade a que as coisas acontecem, tudo e o seu contrário pode acontecer no espaço de um segundo. É por isso que, diz-se, os brasileiros têm medo de largar a televisão, porque se tiverem de ir à casa de banho, têm medo de, quando voltarem, estarem numa monarquia. É um estudo do Núcleo de Pesquisas para a América Latina (NUPAL) que aponta esta tendência, com base num estudo feito junto dos brasileiros consumidores de noticiários. O pormenor do estudo vai à quantidade de refeições, banhos e até número de actos sexuais em frente à televisão, para não se perder pitada do que está a acontecer. E se, quando o deputado Eduardo Cunha foi afastado do cargo, houve 70% de telespectadores a fazerem tudo isto em frente ao ecrã, a situação piorou com as notícias sobre o processo de «impeachment» de Dilma. Às refeições, aos banhos e ao sexo, os brasileiros passaram a fazer todas as necessidades fisiológicas sem tirarem os olhos da televisão. Há por lá outros números, mas estes já dão que pensar o suficiente.