Uma das curiosidades da globalização é a facilidade com que se criam fluxos. As pessoas viajam mais, por isso é natural que, por exemplo, as doenças mais características de determinada zona do planeta acabem por surgir em outras paragens. Os produtos (naturais ou transformados) circulam com mais facilidade, e por isso é relativamente fácil encontrarmos frutas ou vegetais vindos do outro lado do mundo. Mas hoje há dois fluxos, quase em sentidos opostos, que, no mínimo, dão que pensar. À costa mediterrânica da Europa, continuam a chegar refugiados, que ou escapam a tragédias humanas ou as protagonizam durante a fuga. Em sentido contrário, os mais ricos da Europa fazem escorrer os seus milhões, escapando aos coadores dos impostos e acumulando fortunas no Panamá. No mínimo, é curioso.