Não é nada de especial, mas se não nos deixarmos surpreender pelas pequenas coisas que nos surgem, não adianta sermos bípedes, termos a capacidade de olharmos para cima e um espaço alojado por baixo do cabelo que nos permite sermos diferentes de qualquer outra coisa que existe no universo. Sim, hoje surpreendi-me com um pintassilgo que andava por aí. É difícil ficar indiferente a um pássaro com cabeça vermelha. Mas, mais do que isso, suspender o olhar no dourado da asa. Esse dourado que corta as nuvens na rapidez dos voos curtos e em espiral, como se fossem malabarismos. Se pudesse ser pássaro, talvez quisesse ser pintassilgo.