Erradamente, passamos a vida a tentar inventar a roda. Continuamos a pensar que ainda há algo por descobrir, algo por fazer, algo por inventar. Mas não. Por muito que continuemos a querer inovar, os fundamentos do que fazemos estão lá atrás, no tempo. Hoje, estão na moda os Serviços Educativos. Bem entendido, há muita coisa a fazer. Mas a inventar, há pouco. Leonard Bernstein esteve na origem dessa “invenção” que aliou a educação à música, com os “Young People’s Concerts”. É incrível como conseguimos olhar para estes programas, ainda a preto e branco e com inúmeras limitações técnicas, que hoje facilmente se contornariam, e achamos que foram feitos ontem. Bernstein era um grande músico, um grande maestro e um grande educador. Ao que poderíamos acrescentar um grande comunicador. A sua biografia lança várias interrogações, seja no domínio social, afectivo, político até. Mas sobra a música, e isso é tudo. Hoje, Bernstein faria 96 anos. Se todos os que foram tocados pela sua música e pelos seus ensinamentos se expressassem em conjunto, talvez o mundo todo se transformasse numa grande orquestra.