Magnífico. Não tanto para fazer uma espécie de colagem ao título do concerto («Magnificat»), mas porque o foi de facto. Quem passou pelo Coro de Câmara de São João da Madeira não consegue evitar a saudade. Mas o que também não pode negar é o crescimento, a cada vez maior limpidez com que o coro faz música. No domingo passado, houve mais uma prova disso mesmo, na Igreja Matriz de São João da Madeira. «Magnificat», de Vivaldi, com o acompanhamento extremamente competente da Orquestra de Câmara Ulphilanis (vénia a Rui Soares, pela forma séria e competente como encara tudo o que faz), era a peça central do concerto. Mas, antes disso, houve verdadeira filigrana musical, com tudo o que há de bom, e composto não há muitos anos, para coro «a capella». «Salve Regina» de Poulenc, «O Magnum Mysterium» de Morten Louridsen, «Lux Aurumque« de Eric Whitacre e duas peças de Eurico Carrapatoso. A excelência tem, com certeza, o trabalho de cada um. Mas o rosto destas sonoridades é Joana Castro, de cujo gesto gracioso sai a boa música que esta gente boa produz.