Aprendi, depois que o fiz pela primeira vez, que viajar sozinho é uma dupla aventura. É a aventura de sairmos da nossa zona de conforto, para irmos ver um bocadinho do mundo lá fora. Mas é também a aventura de quase sairmos de dentro de nós mesmos, para nos descobrirmos. Para nos conhecermos melhor. Para termos de lidar, antes de mais, connosco. Parti para Salzburg à procura do sonho. O sonho de estar onde Mozart nasceu e viveu. Mesmo com o risco de experienciar uma parte de mito, de imaginário criado. Um sonho com 27 anos. Em quatro dias, pude respirar a cidade. Pude ouvir Mozart tocado pela Wiener Philharmoniker, dirigida por Paavo Jarvi e com Joshua Bell a tocar o concerto para violino de Brahms. Pude visitar as casas onde Mozart nasceu e viveu. Quando viajamos, trazemos sempre algo na bagagem. Voltamos ao local de origem, mas já não os mesmos. E trazer na bagagem um sonho concretizado, é um dom.