Nelson Mandela deixou, hoje, de fazer parte do mundo dos vivos. Se já não o havia alcançado, alcançou, agora, o estatuto de mito. O punho fechado de Madiba é sinónimo de vitória, mas também da força que é preciso fazer, do sacrifício que é preciso suportar para alcançá-la de forma nobre, limpa, superior. Mandela é um símbolo de paz. De pacificação. De como, de facto, as coisas nem sempre se conseguem com uma revolução que, facilmente, descamba em destruição e anarquia, porque tem como fim apenas esse processo de revolução, sem mais. O projecto de Mandela era a longo prazo. Era eterno. E tinha como objectivo ser alcançado, com a participação de todos. E foi. Madiba voltou a ressuscitar o apelo fundo que África exerce sobre mim. Sobretudo vozes como estas, dos «Ladysmith Black Mambazo». Aqui, cantam «King of Kings». Onde o amado pede à amada que o venha beijar antes que se vá. No caso de Mandela, porque eterno, iremos, por certo, sempre a tempo.
King of Kings
Ladysmith Black Mambazo – «King of Kings»