16 de Novembro de 2013 – A partir de agora, «As terças com Morrie»

tercas-morrieNavegando pelas leituras pendentes, foi tempo de acabar «O homem de Constantinopla», em que José Rodrigues dos Santos dá a conhecer, de forma ficcionada, a vida de Caloust Gulbenkian. Um livro leve, sem uma trama difícil de deslindar, nem tão pouco com aquele olhar quase cinematográfico, ao estilo «danbrowniano». Lida a última página, fechado o livro, a leitura seguinte revela-se mais profunda. Digamos que se trata de um «velho amigo», a que só agora pude regressar com calma. Trata-se de uma série de conversas, aulas, ensinamentos, desabafos entre um professor e um aluno, com a particularidade de ambos saberem que o professor, Morrie, está, progressivamente, a desligar-se, devido à sua esclerose lateral amiotrófica. O livro conta esse processo, passo a passo, e como é vivido, sentido, transmitido e que ensinamentos se tiram de cada situação. Há quem considere que a maior capacidade humana é a de aprendermos uns com os outros. Talvez sim. Mas, essencialmente, creio que será mais a de nos adaptarmos. Porque, ao fim e ao cabo, andamos todos a tentar iludir a morte. Pensamos muitas vezes nela, em como virá e o que fará. Talvez não valha a pena, senão para pensarmos no que fazer até lá, mesmo que saibamos que ela já se aproxima. A cada segundo, temos oportunidade de fazer algo bom, algo melhor, algo que nos supere. Algo, no fundo, que nos perpetue por aqui. Mesmo quando a carcaça já tiver desaparecido.

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