Em todos os momentos possíveis, a lassidão não pede licença para entrar. Os dias correm depressa, cada vez mais ocupados por horários, trabalhos, tarefas, pormenores que teimam em colocar-se entre as rodas dentadas do nosso funcionamento, até emperrarem todo o sistema. Por muito que nos pareça ridículo, são esses pequenos grãos de areia, insignificantemente pequenos, que conseguem fazer parar grandes máquinas. Portanto, talvez seja melhor não nos preocuparmos com as coisas demasiado grandes. Porque essas, vemo-las ao longe, a vir em nossa direcção. Já as pequenas, apoderam-se de nós, e só se manifestam quando conseguem grandes feitos. Por isso, não tenhamos medo de parar e pensar. É preciso aproveitar cada um desses segundos, em que podemos pensar em nada, fazer nada, ser nada. Segundos, minutos, horas em que, no fundo, não sendo nada, podemos ser tudo o que quisermos.