Proliferam livros que tentam dar a conhecer o Papa Francisco I. Este será, talvez, o que mais “discurso directo” tem, porque se trata de um conjunto de entrevistas, em que o ainda Cardeal Jorge Bergoglio partilha histórias de vida, pensamentos, reflexões, pontos de vista e até anedotas. Na retina, fica a já famosa anedota de um judeu gaiato que se converteu em bom aluno depois de o pai (também judeu) o ter matriculado numa escola católica. A razão foi simples. O director da escola apontou o crucifixo e disse-lhe: “Vês? Aquele era judeu, e vê como acabou”. Mais a sério, as suas reflexões sobre a educação também se mostram interessantes, com recurso à metáfora do náufrago que, chegado a uma ilha deserta, tem de conjugar o passado (materializado nos restos do barco naufragado), o presente (a circunstância de estar num ambiente novo – a ilha) e o futuro (o que fazer para sobreviver), sendo uma solução possível construir a casa com o que sobra do barco. Mas há mais e melhor. Basta ler.