Voltou à memória a tragédia de Castelo de Paiva. Desta vez, na Sertã. Um autocarro que transportava 44 pessoas, vindas de Portalegre para Santa Maria da Feira, despistou-se, causando a morte a 11 pessoas. A morte é assim. Viaja nas mesmas estradas que nós. Ultrapassa-nos. Choca de frente connosco. Faz trinta por uma linha. Depois, nestes casos, aleija quem fica. Aleija na pele, na carne, nos ossos. Mas também no íntimo. Por se saber que também se podia ter ido com ela. É duro, é quase incompreensível que estas coisas aconteçam. Seja por erro humano, seja porque, dizem, “tinha de ser”. Seja por não sabermos porquê. A morte viajou outra vez de autocarro. Há coisas que não gostamos de rever. Esta é uma delas.